17/10/2024
Foco de Anemia Infecciosa Equina é confirmado em Jequitinhonha, norte do estado
Médicos veterinários do IMA identificaram foco da doença viral em duas propriedades rurais. Vinte equinos foram diagnosticados como positivo e serão abatidos, conforme prevê legislação nacional
Um foco de Anemia Infecciosa Equina (AIE) foi confirmado em duas propriedades rurais na cidade de Jequitinhonha, em Minas Gerais, resultando no abate de 20 equinos infectados. A identificação da doença foi feita pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), que, após receber notificações dos produtores, mobilizou uma força-tarefa para diagnosticar e controlar o foco do vírus, uma ameaça grave à saúde animal e à economia da região.
Em julho deste ano, o Escritório Seccional do IMA foi notificado por um produtor rural sobre a suspeita de doença em um de seus equinos. Respondendo rapidamente à notificação, médicos veterinários do IMA se dirigiram à propriedade para investigar. Durante a visita, os sinais clínicos observados levantaram suspeitas de Anemia Infecciosa Equina (AIE), uma doença viral sem cura, altamente contagiosa e de notificação obrigatória.
Além do primeiro animal doente, outros equinos da propriedade apresentavam sinais de comprometimento de saúde. Dias depois, uma propriedade vizinha também notificou casos semelhantes, culminando em exames que confirmaram a doença em 20 equinos no total. A AIE é caracterizada pela destruição dos glóbulos vermelhos, resultando em anemia severa e, em muitos casos, levando à morte. Na maioria das vezes é uma doença silenciosa, assintomática, mas que se dissemina rapidamente entre os equídeos. Como não há método de prevenção, nem tratamento, uma das medidas para controlar a disseminação da doença é o abate sanitário.
Legislação nacional
A resposta do IMA ao foco de AIE foi rápida e decisiva, conforme previsto pela legislação brasileira. Segundo a Instrução Normativa nº 45, de 2004, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), todos os equídeos portadores de AIE devem ser obrigatoriamente sacrificados pelo serviço oficial no prazo máximo de 30 dias após a confirmação laboratorial. Em Minas Gerais, essa responsabilidade recai sobre o IMA, que atua para evitar a disseminação da doença e proteger a economia local.
Os animais foram levados para um frigorífico, onde o procedimento foi realizado de acordo com as normas sanitárias. Após o abate, as carcaças dos 20 equinos foram destinadas à graxaria – setor responsável pelo processamento de subprodutos não comestíveis. Essa é a destinação adequada para carcaças ou partes condenadas pela inspeção.
Anemia Infecciosa Equina: uma ameaça silenciosa
A AIE é uma doença de alta transmissibilidade que afeta equídeos (cavalos, éguas, mulas, burros e jumentos). Transmitida por insetos que se alimentam de sangue ou por objetos compartilhados entre animais, como agulhas e arreios, a AIE representa uma séria ameaça à equideocultura, pois os animais infectados se tornam portadores assintomáticos e potenciais disseminadores da doença pelo resto da vida.
Sem cura ou vacina eficaz disponível, a única forma de controlar a AIE é por meio do diagnóstico precoce, da notificação imediata e da adoção de medidas sanitárias rigorosas, incluindo o abate dos animais infectados.
Minas Gerais: liderança na equideocultura e medidas de prevenção
Minas Gerais lidera o Brasil em número de equinos, com mais de 805 mil cabeças, o que representa 13,8% do total nacional. A economia do estado depende significativamente da sanidade de seu rebanho equídeo, que movimenta milhões em exportações e sustenta importantes eventos esportivos e atividades agrícolas.
O IMA desempenha um papel essencial no controle e prevenção das principais doenças que afetam esses animais, coordenando ações como o cadastramento de propriedades, fiscalização de eventos pecuários, do trânsito de animais e atendimento a notificação de doenças com coleta de material para diagnóstico. Com a implementação dessas medidas, a expectativa é garantir a segurança do rebanho, proteger a saúde pública e fortalecer a economia mineira.
A integração de novas tecnologias, como o novo software de gestão agropecuária com desenvolvimento em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), promete aprimorar ainda mais a eficiência na detecção e resposta a surtos de doenças como a AIE, reforçando o compromisso do IMA com a sanidade e proteção animal em Minas Gerais.
Assessoria de Comunicação do IMA
Redação: Marina Lemos
Registro profissional: 0022875/MG
Edição: Igor Torres - Relações Públicas
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