25/06/2019

IMA participa de audiência pública sobre boas práticas da produção leiteira

Durante programação da Mega Leite, no auditório do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), no Parque da Gameleira (BH), o diretor-geral do IMA, Thales Fernandes, e servidores da Gerência de Inspeção de Produtos de Origem Animal do IMA, André Duch e Patrícia Marina Azevedo, participaram de audiência pública sobre as Instruções Normativas (INs) nº 76 e 77, ambas de 2018, elaboradas pelo Mapa.

A audiência pública externa foi requerida pelo deputado estadual Coronel Henrique, presidente da Comissão de Agropecuária e Agroindústria da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, e deteve a presença de autoridades dos governos federal e estadual, produtores e empresários do setor. As INs entraram em vigor neste mês, revogando as INs nº 51/2002 e 62/2012, e estabelecendo novas regras para a produção de leite no país.

O diretor-geral do IMA, Thales Fernandes, afirmou que é sempre necessário melhorar a qualidade do leite. “Nós já produzimos em grande quantidade, com 9 milhões de litros anuais em Minas. A inspeção vai se aproximar mais das indústrias, apoiando-as na implantação dos planos de melhorias”.

audiencia2A fiscal agropecuária Patrícia Marina Azevedo, em palestra, passou os principais parâmetros que o produtor e o beneficiador do leite terão que seguir após a adoção das normas. A temperatura do leite ao chegar à indústria não deverá exceder 7 graus, por exemplo. Excepcionalmente, o leite poderá ser recebido com temperatura até 9 graus. No laticínio, o produto terá que ser conservado a 4 graus. A implementação das normas significa avanço nos índices de qualidade de matéria-prima e produtos, na produtividade leiteira, no rendimento industrial e na oferta de alimentos seguros e adequados à população. “O objetivo das instruções é de atualizar os critérios de produção e seleção de leite de qualidade, com foco principal nas boas práticas de produção agropecuária. Isto é, as novas instruções aprimoram itens dispostos anteriormente e apresentam inovações importantes para o setor lácteo no que se refere principalmente a gestão da qualidade. A IN 76 fixa a identidade e as características de qualidade que devem apresentar os leites cru refrigerado, pasteurizado e pasteurizado tipo A. Já a IN 77 estabelece critérios e procedimentos para a produção, acondicionamento, conservação, transporte, seleção e recepção do leite cru em estabelecimento registrados no serviço de inspeção oficial”, explicou a fiscal agropecuária.

Na IN 76, no que se refere à identidade e qualidade, no caso do leite cru refrigerado, foi mantida a contagem bacteriana máxima (CBT) de 300 mil unidades por ml e 500 mil células somáticas (CCS) por ml. O recebimento do leite cru em latões permanece sendo aceito desde que atenda aos mesmos critérios de qualidade estabelecidos para o leite cru refrigerado. O leite cru não deve apresentar substâncias estranhas à sua composição, como agentes inibidores do crescimento microbiano, neutralizantes da acidez nem resíduos de produtos de uso veterinário. No caso dos leites beneficiados haverá apenas um único parâmetro microbiológico, Enterobactérias.

audiencia3A Rede Brasileira de Laboratórios da Qualidade do Leite (RBQL), credenciada junto ao Mapa e responsável pela análise do produto comercializado cru em todo o país irá capacitar a pessoa responsável pela captação do leite, o que propiciará a recepção com contagem bacteriana baixa e o consequente aumento do rendimento industrial e da qualidade do leite e de seus derivados. Os laticínios também devem encaminhar para a RBQL amostra do seu leite estocado para análise de CBT (900 mil unidades).

Na IN 77, por meio do Plano de Qualificação dos Fornecedores de Leite são definidos critérios para obtenção de leite seguro e de qualidade que englobam desde a organização da propriedade, suas instalações e equipamentos, até a formação e capacitação dos responsáveis pelas tarefas cotidianas, o controle sistemático de mastites, da brucelose e da tuberculose.

“De acordo com a nova instrução, os produtores intensificarão o controle na obtenção de leite, aplicando ferramentas de gestão de qualidade nas propriedades, incluindo manejo sanitário, refrigeração e estocagem, qualidade da água, uso racional de medicamentos veterinários, adoção de boas práticas e de bem-estar animal”, esclareceu Patrícia Marina Azevedo.

*Com informações do Mapa e Almg

Fotos: ALMG