04/12/2019

IMA promove Fonesa em Belo Horizonte

Evento nacional reúne estados para discutir medidas de contenção e vigilância da peste suína clássica

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), em parceria com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) promoveu nesta terça-feira (3/12) nova edição do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária no Parque da Gameleira em Belo Horizonte (MG). A anterior aconteceu no estado da Bahia no mês passado. Estiveram presentes dirigentes dos órgãos de defesa agropecuária de todo o país e autoridades do setor. O evento contou com palestras que discutiram as medidas de contenção e vigilância da peste suína clássica (PSC). Os destaques do Fórum em Belo Horizonte foram a apresentação do diagnóstico para possível formação de uma zona de alta vigilância para a peste suína clássica e discussão do Projeto de Lei Federal nº 9281/2017 – repasse de recursos fundo a fundo, ou seja, de forma direta sem a necessidade de celebração de convêncios.

O diretor-geral do IMA Thales Fernandes recebeu na edição do Fonesa em Belo Horizonte a secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Ana Maria Valentini; o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal; o presidente do Fonesa Mário Louzada; o superintendente Federal da Agricultura em Minas, Marcílio Magalhães, e o diretor do Departamento de Saúde Animal e Insumos Pecuários do Mapa, Geraldo Moraes.

De acordo com o diretor-técnico do IMA, Bruno Rocha de Melo, os estados se reuniram para elaborar estratégias de auxílio mútuo para contingenciar o avanço da peste suína clássica. “Foram definidas algumas diretrizes de como proceder para conter esse avanço a áreas livres de PSC, como Minas Gerais. Em Belo Horizonte recebemos a Profa. Masaio Mizuno que apresentou o que foi apurado das necessidades emergenciais dos estados”, informou. 

O diretor-técnico destaca a discussão do projeto de lei nº 9281/2017 que disciplina o repasse de recursos federais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para apoio às ações de defesa agropecuária. “Estabelecendo esse repasse de forma direta sem a necessidade de celebração de convêncios, vamos promover uma continuidade na tramitação de recursos e sustentabilidade para o serviço de defesa para todos os estados. O repasse do fundo a fundo deverá ter uma prestação de contas mais simplificada e com melhor fluidez. Discutimos esta pauta no Fonesa, e propomos encaminhar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e à Câmara dos Deputados um pedido de reforço na tramitação deste projeto de lei”, informou Bruno Rocha de Melo.

fonesa 2A Divisão de Sanidade dos Suídeos do Mapa solicitou este ano ao IMA e às agências de defesa agropecuária de todo o Brasil apoio nas ações de combate aos focos de peste suína clássica na região Nordeste do Brasil. As operações foram realizadas conforme o Plano de Contingência da PSC. Atualmente, além do Piauí há focos de peste suína clássica nos estados do Ceará e de Alagoas, que estão muito próximo ao Rio São Francisco, na fronteira com a Bahia.

O Fonesa defende que a defesa agropecuária precisa funcionar de forma integrada, porque, segundo Bruno Rocha de Melo, as doenças não respeitam limite geográfico.  “A ocorrência da doença na região Nordeste do país ameaça a zona livre e pode fechar mercados para nossos produtos, o que é uma preocupação de todos. Então todos os estados precisam contribuir para contingenciar um problema que não é apenas de Alagoas, Piauí e Ceará, é do Brasil inteiro”, alerta.

O IMA trabalha para prevenir a doença em Minas Gerais realizando ações referentes à vigilância ativa e passiva a partir da notificação de suspeita de PSC e saneamentos de focos. Em 2016, o estado recebeu o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como área livre de peste suína clássica. A concessão do status de área livre contribui para que Minas amplie sua participação no mercado internacional, aumentando as vendas de carne suína para outros países.

As ações de combate à peste suína clássica é uma ação de integração dos estados frente a esse risco da Zona Livre. “Discutimos algumas deliberações no Fórum, como a operacionalização do plano de contingência e a previsão de um projeto piloto em Alagoas”, disse o diretor-técnico ressaltando a parceria dos estados no combate à PSC. “Estamos mobilizados em um esforço conjunto para contribuir com os estados que estão em pior situação frente aos riscos da peste suína clássica”.

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura (Mapa), José Guilherme Tollstadius Leal, comentou sobre a importância do Fonesa para a Agropecuária do país. “Com o Fonesa, estamos fortalecendo o sistema de defesa agropecuária do Brasil. Este diálogo permanente dos órgãos de defesa agropecuária com o Mapa fortalece cada vez mais o pilar da agricultura brasileira que é de fato a defesa agropecuária, setor que tem garantido a produção do nosso mercado interno e estimulado os avanços da exportação de nossos produtos agropecuários”.

O presidente do Fonesa Mário Louzada aproveitou a oportunidade para lembrar dos grandes desafios enfrentados pelo grupo durante o ano, em especial por conta da Peste Suína Clássica. “Nós estivemos mobilizados a fazer uma verdadeira barreira de proteção para que essa doença suína não avance sobre a zona livre. Este trabalho é de grande importância para nossa economia e para o nosso país" .

A Profa. Masaio Mizuno falou sobre a importância do diagnóstico de situação da zona fronteiriça entre a zona livre e a zona não livre da Peste Suína Clássica no Brasil. “O Ministério da Agricultura possui o propósito de erradicar a doença do país em um curto prazo de tempo. Para que possamos introduzir essas medidas é preciso primeiro proteger a zona fronteiriça para que o vírus não chegue a zona livre, e isto só se pode fazer com base em um diagnóstico de situação" .

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