20/09/2020
Começa em Minas o vazio sanitário do feijão e do algodão
Manejo tem objetivo de reduzir incidência de pragas nas lavouras
Começou neste domingo (20/9) o vazio sanitário do feijão e do algodão nas lavouras mineiras. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), é o responsável pelo vazio sanitário cujo objetivo é prevenir a ocorrência das pragas do Bicudo do algodoeiro, no caso do algodão, e do Mosaico dourado e da Mosca branca, no caso do feijão. Durante o período do manejo, os produtores não podem cultivar ou manter plantas vivas e remanescentes de safras anteriores.
O manejo do feijão acontece até 20/10. Já o do algodão ocorre no período de 60 dias, encerrando-se em 20/11. Em razão da pandemia, não será possível o IMA realizar fiscalizações rotineiras do vazio sanitário. Para suprir essa lacuna, a autarquia convoca a participação dos produtores para o controle dessas pragas mediante comunicado da situação sanitária de sua propriedade, enviando a declaração de conformidade que ficará disponível entre 25 de setembro e 25 de outubro em www.ima.mg.gov.br.
No ano passado, os produtores cumpriram com sucesso o vazio sanitário de algodão e do feijão. O IMA realizou 128 fiscalizações, sendo 69 em propriedades de feijão e 59 em propriedades de algodão. Para 2020, mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, a expectativa também é positiva com o advento da fiscalização remota.
Gerente de Defesa Sanitária Vegetal do IMA, o engenheiro agrônomo Nataniel Nogueira explica que inicialmente será realizado um chamamento aos produtores para que eles providenciem o envio da declaração de conformidade contendo todas as informações necessárias para a realização do monitoramento do vazio sanitário na modalidade remota, semelhante à bem-sucedida campanha do manejo da soja, ocorrida entre julho e setembro deste ano.
“Entretanto, as fiscalizações presenciais podem ocorrer para atender demandas oriundas de denúncia, bem como se houver autorização de retorno do trabalho presencial pelo Governo de Minas”, esclarece.
Nogueira explica que as informações prestadas pelos produtores constituem dados relevantes para o IMA conhecer a área plantada e a localização das lavouras no estado, além de contribuir para a manutenção do status fitossanitário de Minas.
Produtividade - O cumprimento dos vazios sanitários do feijão e do algodão tem contribuído para reduzir o número de ocorrências das pragas e aumentar a produtividade do campo. “O vazio sanitário é importante tanto para a produção quanto para a produtividade, porque as plantas sofrem menos com o ataque das pragas, ou seja, contribui para diminuir a população das pragas e, com isso, as lavouras ficam mais sadias e produtivas”, analisa Nogueira.
Ele informa que o número de autos de infração tem reduzido, o que mostra a conscientização dos produtores. “A cada ano percebemos a diminuição no número de emissão de autos de infração. Esse é um indicador de que os produtores rurais estão cumprindo os vazios sanitários, estão mais conscientes e preocupados com a proteção de suas lavouras e de seus vizinhos”, constata.
O IMA pode autorizar a semeadura e a manutenção de plantas vivas de algodão, quando solicitado pelo produtor rural por meio de requerimento e mediante assinatura de Termo de Compromisso e Responsabilidade, em caso de plantio destinado à pesquisa científica ou plantio destinado à produção de semente genética.
Inconformidades - Caso sejam detectados quaisquer tipos de inconformidades durante as fiscalizações realizadas pelo IMA, o produtor é notificado e tem um prazo máximo de dez dias para erradicar as plantas presentes na propriedade. A lavratura de auto de infração ocorre somente se, após esse prazo concedido, o produtor não tiver feito a erradicação das plantas voluntárias de algodão e feijão, ou seja, aquelas que nascem espontaneamente nas áreas produtivas e que devem ser eliminadas para não servirem de hospedeiras para as pragas.
Feijão - O vazio sanitário para o feijão foi adotado em Minas em 2013 e é realizado simultaneamente com o Distrito Federal e Goiás, que fazem fronteira com o estado, o que potencializa os resultados positivos da medida. Ele ocorre por 30 dias, entre 20/9 e 20/10, e é realizado somente na região Noroeste de Minas, nos municípios de Arinos, Bonfinópolis de Minas, Brasilândia de Minas, Buritis, Cabeceira Grande, Chapada Gaúcha, Dom Bosco, Formoso, Guarda-Mor, João Pinheiro, Lagoa Grande, Natalândia, Paracatu, Riachinho, Unaí, Uruana de Minas, Urucuia e Vazante.
A decisão de estabelecer o vazio para essa região é da Câmara Técnica de Defesa Agropecuária, da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), e atende a reivindicação dos produtores locais. Isso porque a região é um importante polo produtor e os agricultores querem se prevenir contra a presença da praga do mosaico dourado nas lavouras.
Algodão - Já o vazio sanitário do algodão vale para as plantações de todo o estado e é realizado desde 2009 por um prazo de 60 dias, entre 20/9 e 20/11. A produção mineira de algodão se concentra nas regiões do Triângulo, Alto Paranaíba, Noroeste e Norte. A segunda etapa, entre 30/10 e 30/12, acontece nas propriedades de algodão com áreas irrigadas localizadas abaixo de 600 metros de altitude.